Primeiro-ministro do Iraque declara vitória total em Mossul

O GLOBO - 11/07/2017

Tropas iraquianas apoiadas pelos EUA retomaram a cidade inteira do Estado Islâmico

MOSSUL — O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, anunciou formalmente a vitória sobre o Estado Islâmico em Mossul nesta segunda-feira, afirmando que as tropas iraquianas retomaram a cidade inteira dos jihadistas. Al-Abadi voltou à cidade e, em declarações no Twitter e na rede de TV estatal, proclamou a “vitória total”, marcando a maior derrota para o grupo desde que declarou um califado há três anos.

— Eu anuncio aqui o fim, a derrota e o colapso do falso estado terrorista que o Estado Islâmico proclamou em Mossul — afirmou o premier. — A prioridade para o governo é a estabilidade e a reconstrução.

O primeiro-ministro parabenizou as tropas iraquianas pela vitória em confrontos no último foco de resistência extremista em Mossul, em uma área de cerca de 200 metros onde os combatentes que restaram do grupo estavam, na Cidade Antiga. As forças de segurança do Iraque, com apoio dos Estados Unidos, lançaram uma operação para retomar Mossul em outubro e nos últimos dias eles cercaram as últimas centenas de militantes em uma área de menos de um km².

Em Bagdá, na praça Tahrir, os moradores comemoraram durante toda a madrugada a reconquista da segunda maior cidade do país. A retomada de Mossul, cidade transformada pelo Estado Islâmico em seu principal reduto no Iraque, é a mais importante vitória das tropas do país desde que o grupo extremista sunita se apoderou em 2014 de vastos territórios no país e na vizinha Síria.

Apesar da vitória importante, a retomada de Mossul não marcará o fim da guerra contra o Estado Islâmico, que ainda controla várias zonas no Iraque, incluindo as cidades de Tal Afar, 50 km a oeste de Mossul, e Hawija, cerca de 300 km ao norte de Bagdá, e zonas desérticas da província de al-Anbar , no Oeste do país, além da região de al-Qaïm, na fronteira com a Síria.

O grupo extremista ainda controla igualmente territórios no Leste e no centro da Síria, apesar de ter perdido terreno desde 2015, e seu reduto de Raqqa, no Norte, estar cercado pelas forças apoiadas pelos Estados Unidos.

Desde outubro, forças iraquianas tentavam retomar Mossul. Em janeiro, as tropas do país recuperaram o controle da zona leste da cidade e, em fevereiro, lançaram o ataque na zona oeste. Os combates se intensificaram à medida que o cerco se fechava sobre os extremistas na Cidade Antiga, área de ruas estreitas e densamente povoadas.

Mossul é carregada de simbolismo para o grupo, já que foi lá que seu líder, Abu Bakr al-Bagdadi, fez sua única aparição pública, em um vídeo publicado em julho de 2014. Vários países que integram a coalizão internacional, incluindo França e Estados Unidos, parabenizaram Bagdá pela vitória na guerra contra o Estado Islâmico. O Irã, que apoia algumas milícias xiitas iraquianas no combate ao grupo jihadista, felicitou o Iraque pela vitória e ofereceu sua ajuda para a reconstrução das cidades recuperadas, como Mossul, Tikrit, Ramadi e Fallujah.

 

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