Historico

16/12/2015

Histórico

Desde o início de seu relacionamento, o Brasil e o Iraque têm desfrutado de fortes relações bilaterais. Em 1971, o Iraque estabeleceu uma embaixada no Brasil, na sua primeira missão diplomática na América Latina. Desde então o entendimento entre os nossos dois países tem conduzido a parcerias eficazes e crescentemente frutíferas em muitas áreas.

Durante os anos 1970 e 1980, o Brasil aumentou enormemente o fluxo comercial bilateral para mais de US$ 4,1 bilhões. Isto se deveu em grande parte à importação brasileira de petróleo iraquiano, que representou mais de 60 por cento do total de importações de petróleo do Brasil, e às exportações brasileiras de serviços e tecnologia, as quais se somaram aos esforços de pesquisa e desenvolvimento de campos petrolíferos no Iraque pela Petrobrás, como o de Majnoon, descoberta pela companhia brasileira ao final da década de 1970.

Em resposta ao rápido crescimento dos interesses comerciais entre Brasil e Iraque, o Banco Iraquiano-Brasileiro foi instalado no Rio de Janeiro para auxiliar as atividades comerciais e promover investimentos de executivos e empresas de ambos os países. A criação do banco ocorreu paralelamente a outros desenvolvimentos, como os acordos comerciais que levaram a construtora Mendes Júnior a pavimentar várias estradas e construir uma linha ferroviária, à época caracterizada como o maior contrato internacional já fechado pelo Brasil. Nessa ocasião, mais de 300 mil trabalhadores brasileiros foram levados ao Iraque para a prestação desses serviços, colaborando não apenas para o conhecimento mútuo entre esses países, mas fortalecendo também os laços culturais existentes entre as duas nações.

Além de prestar serviços, o Brasil também exportou ao Iraque produtos de alto valor agregado, incluindo aviões produzidos pela empresa brasileira Embraer. Estas exportações conduziram a vários acordos comerciais nos setores da aeronáutica e de outras tecnologias. Exportações para o Iraque de automóveis Passat Volkswagen fabricados no Brasil – o famoso “Brasili” – chegaram a mais de 170.000 unidades, mostrando que o país poderia fornecer produtos confiáveis e duráveis, a preços muito mais competitivos que os oferecidos por qualquer nação considerada como desenvolvida.

Com a imposição do embargo pela ONU em 1991, as relações bilaterais entre o Brasil e o Iraque foram suspensas. A criação do programa “Petróleo por Alimentos” permitiu uma retomada parcial das relações, mas apenas quando o embargo acabou foi possível um esforço real no sentido de retomar a estreita cooperação e o comércio das décadas anteriores.

Por conseguinte, o desejo brasileiro de expandir as exportações para o Iraque e os esforços para reconstruir a sua infra-estrutura resultaram na criação da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Iraque. Desde a sua fundação, em 2003, a Câmara tornou-se um trunfo essencial para a expansão da intensa e importante relação entre os dois países. A participação em feiras e eventos juntamente ao auxílio às comitivas iraquianas que chegam ao Brasil e à prospecção de empresas  brasilerias no mercado iraquiano, são ações da Câmara que intensificam o comércio bilateral e o estreitamento de laços entre os dois países.

Em 2008, o Brasil bateu recordes mensais na história do comércio bilateral com países árabes, segundo dados do MDIC. A corrente de comércio chegou a US$ 14, 285 bilhões naquele ano. Em 2012 a corrente de comércio chegou a um montante de US$ 18,921 bilhões. Esses números evidenciam o quanto a comunidade árabe é um mercado promissor. O Iraque, por estar inserido nesse contexto, constitui-se como um importante destino das exportações dos produtos brasileiros e importante exportador de petróleo e derivados para o Brasil.

Além do elemento comercial como forte elo entre os dois países, há também o elemento diplomático. Em 1º de março de 2012, o Governo brasileiro reabriu sua embaixada em Bagdá. A embaixada então operava em Amã, capital da Jordânia, desde 2006 por conta dos conflitos armados que podiam colocar em risco os funcionários brasileiros. A reabertura oficial do escritório em Bagdá é um grande passo no sentido da manutenção defitiva da aproximação entre os dois Governos, organizando de maneira mais efetiva encontros de autoridades de ambos os países e comitivas mistas, além de fomentar futuras parcerias.

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